Eles gostam do som das cassetes e do ar intrigado do rapaz da loja a quem pediram uma caixa cheia delas. Abusam do eco em todas as canções e dos gravadores baratos, que lhes relembram os tempos em que os computadores não serviam ainda para fazer música. Pelo menos os computadores que eles tinham.
Tudo foi feito durante uma daquelas noites chuvosas em Lisboa, no estúdio do João Paulo Feliciano, depois de um ensaio com a Márcia. Num gravador de 4 pistas de cassete, registaram canções que os dois desenterraram do baú das memórias. Canções soltas, sem relação aparente, que se uniram num propósito comum, o de nessa noite lamentarem a despedida do Verão que todos os anos teima em terminar. São apontamentos musicais que partilham connosco pequenas histórias e a essas só os próprios poderão atribuir significado real, para nós fica a tarefa de ouvir o que guardava esse baú e de imaginar o que guardará ainda.
Na lista de presenças constam os nomes de João Paulo Feliciano que emprestou os óculos escuros e AnaMary Bilbao que cantou, tocou rhodes e improvisou ao piano sem saber que estava a ser gravada.
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