01. Quando e quais foram as tuas motivações para iniciares uma NETLABEL?
O mundo está em mudança, a maneira como a globalização se estendeu de forma tão rápida num espaço tão curto de tempo, e principalmente desde que a internet entrou em cena, foram sem dúvida determinantes para que a indústria discográfica entrasse em decadência dando então origem ao fenómeno do netaudio. Desde há uns anos para trás quando no meu percurso de música erudita comecei a experimentar coisas diferentes daquilo que fazia inicialmente, tive necessidade de dar a conhecer o meu trabalho. O myspace foi numa fase inicial importante, mas com o passar do tempo fui tendo necessidade de ter material editado. As editoras físicas, nunca me abriram portas, devido ao facto de não ter nome na praça. O mesmo se aplicava a concertos e agendamento de datas para projectos meus. Fui criando o meu próprio circuito, e com isso abriram-se-me portas para iniciativas que até então me seriam possíveis. tive propostas de colaboraçõesconsegui agendar algumas datas para projectos da minha netlabel, em fnacs; por muito contracensual, penso que a médio longo prazo com o possível aumento do número de netlabels nos locais onde me encontro enraizado - Braga e Castelo Branco - seja possível organizar beatsplay free; ainda para mais temos agora a possibilidade de fazer concertos por streaming.
02. Antes de teres iniciado a NETLABEL, qual era a tua relação com a indústria discográfica e com a música em geral?
Tinha começado a participar em colectâneas editadas em suporte físico, nomeadamente com a thisco, e tinha edições pontuais em netlabels como a MiMi Records.
03. O que é que a NETLABEL propõe e quais são os procesos criativos que a diferenciam das restantes?
Aquilo a que basicamente me propus foi criar um circuito, com o qual me identificasse e no qual me conseguisse rever. Talvez por gostar de ouvir um pouco de tudo, desde que a música em causa me diga algo, consegui tão rápido ter um catálogo tão extenso, apesar de haver poucos downloads, o que no fundo é de minha culpa, uma vez que nem sempre o tempo chega para promover com afinco todos os músicos com quem trabalho.
04. Como é o teu dia-a-dia, ou melhor, como é o dia-a-dia da NETLABEL?
Visita do myspace, numa de encontrar novos projectos para editar.
05. Como é que fazes a escolha dos projectos/artistas?
Normalmente ouço-os no myspace, e se a música deles me disser algo de especial peço-lhes para me mandar uma demo e aí pondero se os hei-de editar ou não.
06. E ao nível de promoção? Quais são os mecanismos que usas para promoveres os teus artistas?
Organização pouco pontual de eventos (infelizmente e por falta de tempo para fazer mais e melhor), publicitação em blogs, direccionados quer para música portuguesa quer para netlabels; e volta e meia (quando tenho disponibilidade e tempo, actualização de alguns serviços como o earlabs.
07. A cada dia que passa vemos nascer novas netlabels e a quantidade não para de aumentar, apesar de algumas "perderem-se" pelo caminho. De que forma achas que as netlabels poderão sobreviver e consolidarem os seus projectos no futuro?
Tentarem-se diferenciar de alguma maneira e procurar ao máximo explorar as possibilidades da creative commons por um lado (e tentar ir de encontro a iniciativas, como as de bandas como radiohead, nine inch nails, ou portishead); serem fieis a alguma convicção no sentido de prosseguir o seu trabalho de forma coerente.
08. Voltando à NETLABEL. Quais vão ser as próximas edições?
Nunca tenho calendário de edições. Quando aparece algo que goste e que seja viável para ser editado, lá faço mais uma a três/quatro releases no máximo de uma acentada.
09. Escolhe 3 netlabels e 3 edições?
Exurban Records, Crónica Electrónica, Test Tube.
Minson - Min's illusion
3 way split - L'homme, Seal of Quality, Arcadecoma
I am the astroboy - a derrota da engrenagem
10. E as netlabels portuguesas? Conheces alguma ou alguns dos seus projectos/artistas editados?
Merzbau, Test tube, cronica electronica, MiMi records, phonotactics, catita, you are not stealing records, enough records entre muitas outras. Children for breakfast, I am the astroboy, L'homme manette, ed da sampler, dopo, osso, minson, ps, noiserv, etc.
11. Queres deixar algumas palavras aos leitores do BPF e aos entusiastas do netaudio?
Saquem música, mas saquem música livre, quer de preconceitos, quer de burocracias.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário