Sociedades de cobrança de autores como a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e a PassMúsica adoram cobrar dinheiro a proprietários de bares, restaurantes, discotecas, cabelereiros, ginásios e outros estabelecimentos comerciais que passam música ambiente.
Mas a verdade é que as licenças pagas pelo direito à difusão pública das músicas apenas beneficiam os artistas que mais passam na rádio em detrimento dos artistas independentes ou mesmo aqueles que disponibilizam livremente a sua música segundo licenças Creative Commons. Ou seja, o que acaba por acontecer é que a SPA e a PassMúsica cobram dinheiro em nome de artistas que depois não acabam por ver nem um euro. Por seu lado, os comerciantes são verdadeiramente alvo de uma extorsão.
Para acabar com essa situação intolerável, o portal de música livre Jamendo lançou esta semana uma nova plataforma denominada Jamendo Pro que pretende constituir uma alternativa ao monopólio das SPAs e PassMúsicas deste mundo.
Graças a este serviço, os donos de estabelecimentos comerciais poderão adquirir direitos de exploração comercial de modo a que possam reproduzir as mais de 180 mil músicas que constam do catálogo do Jamendo, pertencentes a cerca de oito mil artistas.
Apesar dos temas poderem ser livremente utilizados pelos utilizadores individuais, o facto da maior parte deles estarem licenciados segundo licenças Creative Commons que impedem o uso comercial implica que os direitos comerciais permaneçam nas mãos dos seus autores.
Por enquanto o sistema funciona exclusivamente em streaming via Internet ou a partir de um suporte físico como CD ou DVD. O streaming funciona a partir de um leitor flash que emite rádios temáticas baseadas num género musical (jazz, pop, rock, clássica, lounge, electro, etc.) sem qualquer tipo de publicidade pelo meio.
Os preços são bastante acessíveis: no caso do estabelecimento comercial ter menos de 100 metros quadrados, o proprietário apenas terá que pagar oito euros por mês ou 96 euros por ano. Se o espaço tiver um máximo de dois mil metros quadrados terá apenas que pagar 24 euros por mês ou 288 euros por ano. Outra hipótese que o Jamendo oferece é a possibilidade de sonorisar um evento como uma festa por apenas 40 euros caso a área for inferior a mil metros quadrados. Os cineastas que querem arranjar música para servir de banda sonora a filmes também podem entrar em contacto com a empresa para utilizarem o seu catálogo.
O melhor de tudo é que o Jamendo oferece condições equitativas aos artistas que nenhuma socidade de cobrança de direitos de autor disponibiliza: os artistas recebem 50 por cento das receitas de acordo com o número de vezes que as suas músicas foram reproduzidas através da sua conta PayPal. Os outros 50 por cento vão para o Jamendo. Até ao momento, entre 10 a 15 por cento dos artistas que disponibilizam as suas músicas a partir do site autorizaram a empresa a permjtir o licenciamento comercial das suas músicas.
1 comentário:
Muito obrigado pelo artigo!
Lucile do jamendo
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